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                   Como foi noticiado na última semana que demos “o primeiro passo rumo ao futuro – a REINVENÇÃO ERVATEIRA”, com o treinamento para uso dos aplicativos C7 ILEX e GEOMATE.

Quem fez o treinamento com o Prof. Enio Giotto e sua equipe do Departamento de Engenharia Rural ficou impressionado com o que poderemos ter na mão com o uso destes aplicativos.

Como novidade, foi apresentado mais um aplicativo o C7 ILEX BPA – Boas Práticas Agricolas. Este trata das boas práticas de cultivo da erva-mate contendo um checklist, onde o próprio produtor poderá fazer a auditoria da sua lavoura de erva-mate. Ou as industrias ervateiras poderão utiliza-lo para saber como está a condição do erval de seu fornecedor. É composto de perguntas que o mateicultor vai respondendo, e no final tem disponível um relatório sobre as condições do seu erval. Ao analisa-lo ele terá disponível dados e informações reais, para a tomada de decisão em melhorar a condição de manejo deste erval. E ainda tem o link “mates da produtividade”, que traz orientações técnicas de como implantar e manejar um erval produtivo, sustentável e rentável.

Com este trabalho magnifico do Prof. Enio Giotto da UFSM o Complexo Ervateira entra definitivamente na era da informática aplicada. Será sem sombra de dúvidas o início da REINVENÇÃO ERVATEIRA.

Mas, o ponto negativo foi a baixa participação dos membros da cadeia produtiva da erva-mate dos Polos Regionais Ervateiros do Alto Vale e Baixo Vale do Taquari. Mesmo com a divulgação e convites, participaram apenas 5 industrias ervateiras, 1 prefeitura municipal, 1 produtor, 3 técnicos da Emater, e 2 estagiários.

A impressão que fica, é que não há interesse em adquirir conhecimento, em se atualizar, em buscar a sustentabilidade, o aumento da produtividade e qualidade do produto – erva-mate. O comodismo é a máxima! Ouvi de muitos, “para que mudar se está bom assim”.

Estamos vivenciando um momento de grave crise econômica, política e institucional no RS e no Brasil. Contudo, sabe-se que muitos ficam a reclamar de tudo e de todos, sempre colocando a culpa nos outros.  Alguns aproveitarão o momento de crise para dizer que é hora de evoluir, aprimorar e crescer. Os destemidos e visionários dirão que “é nos momentos de crises que se cresce”.

Como profissional da área florestal estou a 30 anos envolvido com a dita CADEIA PRODUTIVA DA ERVA-MATE. E por tudo que tenho vivenciado nestes últimos três anos e meio junto ao IBRAMATE, digo que chegou o momento da REINVENÇÃO DO SETOR INDUSTRIAL ERVATEIRO.

Porquê da reinvenção? O mercado ervateiro é regional, está estagnado e em declínio”. Basta ver a venda das empresas ervateiras, e percebe-se que há queda no consumo da erva-mate.

Gradativamente, estamos vendo e percebendo novas empresas que não são do ramo, entrando no mercado com novos produtos, sub-produtos e congêneres. Vejam o exemplo da empresa americana Guayaki que chegou ao Brasil, e brevemente deverá rivalizar com nossas empresas ervateiras. E países que não são produtores, como a Alemanha – 4º maior importador, ser o  4º maior exportador de produtos de erva-mate.

                  O Setor Industrial Ervateiro é o único capaz de assumir de fato o protagonismo de “sua própria reinvenção”. Para isto deve buscar incansavelmente a união; a integração com seus produtores fornecedores; ampliar seus leques de produtos, subprodutos, e congêneres; primar pela qualidade e sustentabilidade; abrir novos mercados; criar o habito do consumo do mate para conquistar novos consumidores pelo Brasil e no Planeta Terra.

                 As politicas publicas de Estado a nível estadual e nacional estão sendo criadas, as ferramentas para planejamento e gestão estão sendo disponibilizadas, as entidades representativas estão criadas.  O que mais falta?

                 Até quando vamos assistir passivamente nossa benção, nossa santa e milagrosa erva-mate, escapar entre nossas mãos!

Quando definitivamente acordarmos, poderá ser tarde demais! Quem vai dar o primeiro passo?

 

Ilópolis, 09 de Novembro de 2016.

Eng°. Florestal Roberto M. Ferron – Diretor Executivo do IBRAMATE