Fones: (55) 3333-3459 / (55) 9 9996-3459 / (55) 9 9165-6270 atendimento@jsflorestal.com.br

                   No SEMINÁRIO ERVA MATE XXI o que mais se ouviu dos palestrantes foi a questão da busca pela qualidade, tanto na produção da matéria prima, como na oferta ao consumidor, e aumento da produtividade dos ervais brasileiros.

Isto é previsível dentro de um período de crise na economia brasileira e mundial. No momento que os custos de produção agrícola e industrial aumentaram, e que a população tem seu poder de ganho achatado pela inflação e juros, a única forma de enfrentar a recessão é aumentar a produção na mesma área, o que denominamos de produtividade, e melhorar a qualidade dos produtos oferecidos aos consumidores, para motivar aqueles que mais tem a continuar e/ou aumentar o consumo.  E também, buscar novos adeptos.

Aqui no RS estamos no período da entre-safra na colheita da erva-mate em razão da nova (primeira) brotação e da florada dos ervais plantados. É o momento em que as indústrias ervateiras se retraem na compra da matéria prima dos mateicultores. Com exceção dos ervais nativos, que demoram um pouco mais para brotarem, devido a sua condição natural. Entretanto, o RS não tem mais que 20% de ervais nativos, diferentemente do PR que tem 80% de seus ervais nativos.

Em consequência destas afirmativas, duas situações estão ocorrendo nas regiões produtoras, especialmente no maior Polo Ervateiro Regional do RS, que é o do Alto Vale do Taquari.  Primeiro: percebe-se um pequeno aumento no preço da arroba de erva-mate junto ao produtor, em torno de R$ 1,50 a mais, chegando a R$ 12, a R$ 15,00 dependendo da qualidade do erval; segundo: grande parte das ervateiras médias e grandes estão buscando erva cancheada do Paraná.

Temos ouvido constantemente que, alguns ervateiros dizem que há pouca erva a ser colhida; outros acham que a escassez é momentânea devido a brotação. Vamos ver o que acontece nos próximos meses.

Entretanto, fica a incógnita: a oferta de erva-mate em folha está reduzindo? Nossos ervais vêm diminuído a sua qualidade?

                      Uma coisa é certa, e muitos ervateiros e técnicos confirmam: “nossos ervais plantados estão perdendo qualidade no sabor da erva”.

Qual é a razão? Já temos alertado em outros artigos escritos que a forma e método de produção adotados por um grande número de produtores está equivocada. Qual seja: 1º) excesso na utilização de produtos químicos; 2º) podas antecipadas de 8 a 10 meses. A adoção de tais práticas agricolas vai na contramão das recomendações técnicas, tanto nas questões atinentes ao desenvolvimento  fisiológico pleno da planta, como no trato do solo.

                       Todos aqueles que primam pela qualidade e manutenção deste polo ervateiro tem o dever de se perguntarem: onde iremos parar? nosso polo ervateiro continuará sendo o maior e de melhor qualidade da erva-mate produzida no RS?    

                      Pensem nisso, enquanto cevamos um bom mate!

 

Ilópolis, 26 de Outubro de 2016.

Eng°. Florestal Roberto M. Ferron – Diretor Executivo do IBRAMATE